terça-feira, 11 de setembro de 2012

Certeza da salvação


Depois de uma breve explanação histórica sobre o desenvolvimento do conceito da salvação, devemos nos perguntar: "O que a Bíblia diz sobre nossa salvação? O que a Bíblia diz sobre justificação pela fé?" Para entendermos sobre o que a Bíblia diz sobre salvação é importante estudar a carta de Paulo aos romanos. É ali que Paulo trata amplamente o conceito de salvação. Iremos estudar brevemente as três primeiras seções deste livro. Na primeira seção (1:16-17) Paulo trata sobre o evangelho; na segunda seção (1:18-3:20) o apóstolo trata sobre a condenação que repousa sobre a humanidade; na terceira seção (3:21-5:21) é introduzido a providência divina para a salvação dos seres humanos.
"Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé". Para Paulo o evangelho é a história de Cristo. Cristo é o "poder" de Deus para a salvação de todos. Antes de compreendermos as boas novas, precisamos compreender as más novas. "A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça" (1:18). Todos estão sob a ira de Deus. Todos estão perdidos.
A ira de Deus é effectus (retribuição inevitável quando a justiça é desconsiderada) e não affectus (sentimento)Os gentios (no pensamento judeu, todos os que não pertencem ao seu povo) estão perdidos porque foram desobedientes a revelação natural de Deus. "Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis" (1:20). Por outro lado, os judeus estão perdidos porque confiaram na sua justiça para a salvação. "Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas... Se, porém, tu, que tens por sobrenome judeu, e repousas na lei, e te glorias em Deus; que conheces a sua vontade e aprovas as coisas excelentes, sendo instruído na lei; que estás persuadido de que és guia dos cegos, luz dos que se encontram em trevas, instrutor de ignorantes, mestre de crianças, tendo na lei a forma da sabedoria e da verdade; tu, pois, que ensinas a outrem, não te ensinas a ti mesmo? Tu, que pregas que não se deve furtar, furtas? Dizes que não se deve cometer adultério e o cometes? Abominas os ídolos e lhes roubas os templos? Tu, que te glorias na lei, desonras a Deus pela transgressão da lei? Pois, como está escrito, o nome de Deus é blasfemado entre os gentios por vossa causa." (2:1, 17-24). Depois de deixar claro que toda a humanidade está perdida, Paulo introduz a solução divina para esse enorme problema: "Mas agora, sem lei, se manifestou a justiça de Deus testemunhada pela lei e pelos profetas" (3:21). Aqui é descrita a justiça como um dom, a justiça comunicada. Para Paulo, não existe uma contradição entre lei e fé. "Anulamos, pois, a lei pela fé? Não, de maneira nenhuma! Antes, confirmamos a lei" (3:31). Cada uma tem a sua função. Para os judeus, Abraão é o exemplo daqueles que são justificados pela lei, e para deixar claro que a salvação não provém de méritos humanos, Paulo cita um trecho especial da vida de Abraão onde Deus o declara justo sem suas boas obras. "Pois que diz a Escritura? Abraão creu em Deus, e isso lhe foi imputado para justiça. Ora, ao que trabalha, o salário não é considerado como favor, e sim como dívida. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça. Mas, ao que não trabalha, porém crê naquele que justifica o ímpio, a sua fé lhe é atribuída como justiça" (4:3-5). Em seguida, o apóstolo passa para o exemplo de Davi que era o contrário de Abraão. "E é assim também que Davi declara ser bem-aventurado o homem a quem Deus atribui justiça, independentemente de obras: Bem-aventurados aqueles cujas iniquidades são perdoadas, e cujos pecados são cobertos; bem-aventurado o homem a quem o Senhor jamais imputará pecado" (4:6-8). Abraão é justificado porque Deus lhe imputa justiça; Davi, porque Deus não lhe imputa pecado. A lição é a mesma: a justiça da fé perante Deus. Depois, para anular qualquer ideia de obras que tenham valor para a salvação, Paulo segue para o exemplo da circuncisão que, no pensamento judaico, era indispensável para a salvação. "Vem, pois, esta bem-aventurança exclusivamente sobre os circuncisos ou também sobre os incircuncisos? Visto que dizemos: a fé foi imputada a Abraão para justiça. Como, pois, lhe foi atribuída? Estando ele já circuncidado ou ainda incircunciso? Não no regime da circuncisão, e sim quando incircunciso" (4:9 e 10). Abrão é declarado justo em Gn 15 e é circuncidado em Gn 17. Entre estes capítulos temos quase 15 anos de diferença. "Pois nem a circuncisão é coisa alguma, nem a incircuncisão, mas o ser nova criatura" (Gl 6:15). Assim, Paulo destrói os dois pilares da salvação para os judeus para salientar uma verdade que muitos não compreendem até hoje: A salvação repousa unicamente nos méritos de Cristo! É comum ouvirmos a pergunta: "Se Jesus voltasse hoje, você estaria preparado?" Poucos são aqueles que respondem afirmativamente. Nossa reação natural é olharmos para a nossa vida e medirmos nossas obras. Mas o que Deus mais deseja é que tenhamos a plena certeza da nossa salvação, porque ela não depende do que eu faço ou deixo de fazer, mas depende do que Cristo fez por mim. Desfrute a alegria da salvação que há em Jesus, viva esta salvação. Que a alegria da salvação em sua vida contagie muitas pessoas a conhecerem este mesmo Deus maravilhoso e poderoso que você conhece. Ele fez tudo para, muito em breve, ver você no Céu. 

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