segunda-feira, 17 de setembro de 2012
Pobres de espírito
Após passar a noite em oração, Cristo faz o
chamado aos doze e começa a proferir seu sermão relatado no livro de Mateus, do capítulo cinco ao sete. Este sermão é conhecido
como o "Sermão do Monte". Ao iniciar o seu discurso, Cristo se dirige ao desejo extremo do coração
humano: a felicidade. Esse desejo foi implantado no homem pelo Criador e
originalmente tinha o propósito de levá-lo a encontrar a verdadeira felicidade
mediante a cooperação com Deus que o criou. Uma grande falha acontece quando o homem
tenta encontrar a felicidade como um fim em si mesma, passando por alto a
obediência aos requerimentos divinos. Assim, ao começo de seu discurso
inaugural como Rei do reino da graça divina, Cristo proclama que o principal
propósito do reino é o de restaurar no coração dos homens a felicidade perdida
no Éden e que os que escolhem entrar pela "porta estreita" e o caminho "estreito" (Mt 7:13-14) encontrarão a verdadeira felicidade. Acharão paz e gozo
interiores, satisfação verdadeira e durável para o coração e a alma, que só se
conseguem quando a "paz de Deus, que ultrapassa todo entendimento" está
presente para guardar o coração e o pensamento (Fl 4:7). Quando Cristo voltou
ao Pai, deixou com seus seguidores essa paz que o mundo não pode dar (Jo 14:
27). No início deste sermão temos as tão conhecidas "bem-aventuranças". A primeira "bem-aventurança" é dirigida aos pobres de espírito. A expressão pobre (ptōkhoì) faz referência a pobreza extrema, a
miséria. Tal pobreza impossibilita o desafortunado de mudar seu destino por
suas próprias forças. Ele depende de algo fora dele. Esta expressão é usada nos textos de Mc
12:42 (A viúva pobre: tudo o que ela possuía eram dois quadrantes que equivalia
a 1/64 do denário que era o salário de um dia. Se fizermos o cálculo baseado no
salário mínimo brasileiro, temos que a viúva pobre depositou cerca de R$ 0,27
no gazofilácio) e Lc 16:20 (parábola do rico e do Lázaro: a pobreza de Lázaro
fazia com que ele se alimentasse das migalhas que caíam da mesa de seu senhor!). Os pobres espirituais citados por Jesus são
justamente aqueles que sentem a sua fraqueza, sua impossibilidade de herdar o
reino dos céus por suas próprias forças. Você já se sentiu desanimado, com medo de não ser bom o suficiente para ir ao Céu? Saiba que muitas vezes encontramos Jesus agindo pelos
"pobres de espírito". Em Mt 11:5 e Lc 4:18 é nos dito que os cegos passavam a ver, os aleijados voltavam a andar, mas aos pobres era pregado o evangelho. Através da parábola do publicano e do fariseu
Jesus exemplificou a condição daqueles que são aceitos por Deus. Por estar
consciente de sua própria pobreza espiritual, o publicano da parábola "desceu a
sua casa justificado" ao contrário do fariseu que estava cheio de justiça própria
(Lc 18:9-14). No reino dos céus não há lugar para os orgulhosos, os que estão
satisfeitos consigo mesmos, os que dependem de sua justiça própria. Cristo
convida aos pobres de espírito a que mudem sua pobreza pelas riquezas de sua
graça. Em Ap 3:17 encontramos uma classe que se sente "rica",
isto é, com forças suficientes para prosseguirem sem Deus. Estes, aos olhos de
Deus, são os verdadeiros pobres, miseráveis. Jesus veio para salvar você, com os seus
problemas, com as suas dificuldades. Ele diz que veio ao mundo para pregar o
evangelho aos pobres de espírito. Você já se sentiu pobre de espírito? Não desanime, Jesus está sempre ao seu lado. Ele sempre te guiará ao Céu!
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