sábado, 15 de setembro de 2012

O filho avaro


No capítulo 15 do evangelho de Lucas encontramos três ricas lições de como Deus trata com os pecadores. A última delas é conhecida como a história do filho pródigo. Nesta história, Jesus está justificando Sua atitude com os pecadores e publicanos. A partir do verso 25 o filho pródigo deixa de ser o protagonista e entra em cena seu irmão mais velho. Neste momento Jesus deixa de justificar o seu trato aos pecadores e publicanos e se concentra nos fariseus. Através do exemplo do irmão do filho pródigo, Jesus mostra o erro da atitude dos fariseus em relação aos pecadores. Este irmão mais velho é justamente o contrário do filho pródigo e aqui é denominado como o filho avaro. Ontem estudamos sobre a santificação. É uma grande alegria saber que Deus não apenas nos livra da culpa do pecado, mas também quer nos livrar do poder do pecado. É preciso viver a santificação para entender completamente o que isto quer dizer. Porém, temos um adversário que está sempre disposto a nos desanimar. Sua primeira tentativa é a de nos colocar como indignos perante Deus. Eu tenho certeza que muitas vezes você já deve ter ouvido uma voz lhe dizendo que você é um pecador indigno. Que para você não existe mais solução. Que Deus já te deu muitas chances e você já desperdiçou todas. Porém, quando analisamos a imensidão do sacrifício de Jesus por nós, Seu amor e como Ele nos concede gratuitamente a justificação, percebemos que esta voz não diz o que é correto. Esta é a voz do inimigo e não a voz do Espírito Santo. Espero que depois do que vimos nesta semana você não acredite mais nesta voz. Espero que você viva confiante na certeza da salvação em Cristo Jesus. Mas, existe o outro lado. Quando aceitamos a salvação e passamos a andar em novidade de vida, o mesmo inimigo se apresenta com argumentos diferentes. Ao prosseguirmos na caminhada cristã, a voz do inimigo continua em nossos ouvidos dizendo coisas como: "Nossa, como você é um cristão exemplar!", "Ninguém em sua igreja é como você, você é o melhor!", "Veja como todos ao seu redor são pecadores, mostre para eles o que é ser cristão!". São dois extremos. Na segunda situação, o desejo de Satanás é de levar-nos a ostentar o nosso próprio eu, nos encher de orgulho e nos cegarmos ao fato de que a santificação é uma obra onde eu coopero com aquilo que o Espírito Santo deseja fazer em mim e não somente das minhas próprias forças. A atitude do "filho avaro" expressa, em certa medida, o sentimento de algumas pessoas em relação a salvação que é oferecida livremente a todos por Deus. Muitos pensam não ser justo que uma pessoa que vive na prática do pecado, se arrependa, aceite a Cristo e tenha a mesma recompensa que aqueles que buscam permanecer firmes ao lado de Deus constantemente. Sendo assim, vale a pena analisarmos a situação do filho avaro. Vamos analisar alguns detalhes desta história que se encontra em Lc 15:25-32. Acompanhe com sua Bíblia: (v. 25) "no campo" - aqui encontramos o filho avaro trabalhando diligentemente. Pelo todo, conseguimos perceber que ele não trabalhava por amor, mas para ser digno da sua herança. No primeiro capítulo de Isaías temos uma situação que nos chama atenção. O povo de Israel é extremamente zeloso pela religião. Devolve o dízimo fielmente e todas as ofertas são abundantes. Há abundância de recursos e tudo parece exemplar. Mas Deus diz: "De que me serve a mim a multidão de vossos sacrifícios? – diz o SENHOR. Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais cevados e não me agrado do sangue de novilhos, nem de cordeiros, nem de bodes" (Is 1:11). Deus não está anulando as leis cerimoniais aqui, mas está dizendo, como podemos perceber pelas palavras que se seguem, que não aceita uma religião onde o princípio supremo não seja o amor; (v. 28) "indignou-se" - essa era a atitude dos escribas e fariseus com Jesus; "não  queria entrar" - apesar dos apelos do pai, este filho desejava a condenação de seu irmão; (v. 29) "sirvo-te" - o problema era que o filho avaro atuava como servo e não como filho; "sem nunca transgredir" - aqui ele fala de todos os aspectos legais; "nunca me deste" - como o irmão mais novo gastara a sua parte na herança, tudo o que sobrara pertencia a ele. Indignou-se pelo pai ter dado parte de sua propriedade ao pródigo; "alegrar-me com meus amigos" - este filho servia por obrigação e suas palavras demonstram que na verdade ele desejava ter a mesma atitude de seu irmão. Ele sentia inveja pelo seu irmão ter desperdiçado a herança e ainda assim continuar na posição de filho; (v. 30) "este teu filho" - nega que ele era irmão. Demonstra sarcasmo e desprezo; (v. 31) "filho" - do grego téknon. Esta é uma expressão que denota afeto – criança, "meu pequeno e querido filho"; "tu sempre estás comigo" - o pródigo não estava sempre com o pai. Este é o motivo da festa. Contudo, o amor do pai não era menor pelo filho mais velho pelo simples fato de ele não ter tido a oportunidade de demonstrá-lo; "todas as minhas coisas são tuas" - a herança do filho avaro não seria afetada pela volta de seu irmão; (v. 32) "era necessário" - não porque o pródigo tivesse méritos, mas esta era a expressão da alegria do pai. A mesma alegria que deveriam sentir os escribas e fariseus. Pode ser que em algum momento alguém se sinta como o filho avaro e pense: "Sou obediente. Cumpro os mandamentos. Não é justo que a salvação seja oferecida desta maneira e a qualquer pessoa". No cristianismo não existe espaço para ser melhor ou pior. O julgamento pertence a Deus. A nós cabe a humildade e a alegria de sermos aceitos como filhos e levarmos esta mensagem a muitos que estão em trevas. Jesus não termina esta parábola. O fim deveria ser determinado pelos ouvintes. Aceitariam o apelo de Jesus? Ande ao lado de Deus e a cada dia se alegre com aqueles que decidem andar junto com você. Que você esteja trilhando o caminho rumo ao Céu!

2 comentários:

  1. Muito bom esse texto. É verdade, sempre nos vem a mente essa coisa de(no meu caso), de que Deus já me deu várias chances e eu as desperdicei e que se eu retornar, farei tudo de novo. Estou indo a igreja as vezes e tenho essa vontade de retornar aos braços do Pai mas, me vem esses pensamentos!! Que vcs orem por mim. Peçam à Deus que ajude a tomar a decisão o quanto antes!!! Que Deus lhes abençoe!!!

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  2. Muitas vezes temos que esquecer as emoções e tomar decisões apenas com a razão. Deus tem sempre o melhor caminho e devemos confiar nisso. Confie em Deus e se apegue em Suas promessas. Siga o que Deus deixou escrito. Ele sempre está ao seu lado. Ele sempre te aceitará!

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