domingo, 9 de setembro de 2012
Como posso ser salvo?
É importante relembrarmos alguns pontos. Até aqui vimos que o pecado é uma barreira intransponível para o ser humano. A definição bíblica de pecado vai além dos nossos atos pecaminosos, mas nos diz que o pecado vive dentro de nós, é uma condição natural do ser humano. Porém, nosso Senhor Jesus venceu onde nós perdemos e através de Sua vida perfeita podemos ter a esperança da salvação. Mesmo Jesus não participando do pecado, é nos dito que "Deus o fez pecado por nós". Agora, os méritos de Jesus são transferidos a nós. A Bíblia denomina este processo como justificação. Justificação é o ato de Deus declarar justo (salvo) um pecador. Precisamos entender corretamente o que significa justificação e, para isso, trataremos primeiro brevemente sobre o conceito de justificação ao longo da história e depois falaremos sobre como a Bíblia define justificação. A verdade é que nós perdemos de vista o evangelho, as boas novas da salvação aos perdidos. O natural é buscarmos autonomia de Deus e não dependência.
Insistimos em lutar com nossas próprias forças e dificilmente aceitamos algo
que não possamos pagar de alguma forma. Durante toda a nossa vida, algumas vezes inconscientemente, somos orientados pelo mérito próprio. A criança é orientada que se comer legumes, ganhará a sobremesa, se for obediente o ano inteiro, ganhará presentes no fim do ano, e assim por diante. De certa maneira, a igreja também reforça esta ideia do mérito próprio. Muitas campanhas evangelísticas usam como método para prender o auditório ou estimular a presença nos cultos presentear os mais assíduos e, assim, a ideia do mérito ganha força. É difícil para uma pessoa que passou sua vida toda sendo orientada desta forma entender que a salvação é gratuita. É um dom, um presente. E, nesta dificuldade de entender ou aceitar este conceito, surgem as mais variadas e distorcidas formas de se interpretar a salvação. Porém "justificação pela fé é a obra de
Deus ao jogar a glória do homem no pó e fazer por ele aquilo que ele não pode
fazer" (EGW, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, 456). Paulo foi o grande pregador da justificação pela fé. Mas, depois de sua morte houve um processo de diluição do cristianismo. Já no segundo século percebemos ideias hereges sobre a salvação. Ermas é o primeiro a relatar obras "além daquelas necessárias para a salvação". Já nesta época era admitido um número mínimo de obras a serem praticadas para alcançar a salvação. A prática de obras além destas era denominada "tesouro dos méritos". Neste período o conceito de redenção foi reduzido apenas a um convite. O batismo era visto apenas como um cerimonialismo que apagava os "pecados anteriores" e as penitências eram necessárias para os "pecados posteriores". No quarto século dois nomes sobressaem nesta questão: Agostinho e Pelágio. Agostinho tinha uma correta compreensão sobre a situação humana e admitia a completa inaptidão do ser humano para vencer o pecado. Dava ênfase à depravação do ser humano. Falava de graça no sentido objetivo (fora do homem) – cruz e no sentido subjetivo (dentro do homem). Esta última é a responsável por mudar a vontade do ser humano, porém é fruto de predestinação. Deus escolhia somente alguns para servi-lo. Para Agostinho a santificação era pré-requisito para se alcançar a justificação. Esta ideia equivocada ainda está presente em nossos dias e de forma intensa na mente de alguns dissidentes da IASD. Para Pelágio (monge ascético, nascido provavelmente na Bretanha no ano de 350) o pecado era apenas uma questão da vontade humana. O
homem é essencialmente bom e tem poder para escolher o bem ou o mal. Ele negava
o ensino bíblico da incapacidade do ser humano para vencer o pecado. Em sua
concepção, graça é o livre-arbítrio. Apesar de parecer um pouco confusas tais noções históricas sobre o processo da salvação podemos perceber que muitas vezes pensamos como eles pensaram. Amanhã trataremos sobre o que Martinho Lutero pensava sobre isso e como seus estudos foram tão importantes para nós. Contudo, nunca se esqueça que a salvação é mais simples do que pensamos. Nossa dificuldade em aceitá-la como nos é oferecida que a torna tão complicada. Você deseja estar no Céu? Se sua resposta é sim, confie, Jesus nunca rejeita aqueles que se chegam a Ele (Jo 6:37). Tenha uma ótima semana!
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